Abobrinhas Refogadas

quarta-feira, abril 25, 2007

A hora da Estrela!

"Escrever é procurar entender,
é procurar reproduzir o irreproduzível,
é sentir até o último fim o sentimento que permaneceria apenas vago e sufocador.
Escrever é também abençoar uma vida que não foi abençoada
."
Clarice Lispector

Desculpem-me a redundância, mas uma notinha solta é muito pouco para a escritora que foi:
“Enigmática, para Antônio Callado. Um mistério, para Carlos Drummond de Andrade. Insolúvel, para o jornalista Paulo Francis. Ela não fazia literatura, mas bruxaria, disse Otto Lara Resende.”

Considerada uma das mais importantes escritoras brasileira do século XX, Clarice Lispector nasceu em 10 de dezembro de 1920 na aldeia Tchetchelnik, Ucrânia, emigrando no mesmo ano, aos 2 meses de idade para o Brasil.

Desde pequena escrevia histórias. Seu primeiro romance escrito aos 19 anos, Perto do Coração Selvagem, que foi publicado apenas em 1944.

Mesmo após ter dedicado grande parte de sua vida à escrita, considerava-se uma amadora:
"... eu só escrevo quando eu quero, eu sou uma amadora e faço questão de continuar a ser amadora. Profissional é aquele que tem uma obrigação consigo mesmo de escrever, ou então em relação ao outro. Agora, eu faço questão de não ser profissional, para manter minha liberdade."

Clarice faleceu em 9 de dezembro de 1977, vitima de câncer, um dia antes de completar 57 anos.

Para relembrar o 30º ano de sua morte, o Museu da Língua Portuguesa está organizando a exposição: Clarice Lispector - A Hora da Estrela:
Com curadoria de Júlia Peregrino e Ferreira Gullar, e cenografia de Daniela Thomas e Felipe Tassara, a exposição pretende revelar as diversas facetas da controversa escritora (...) “Teremos momentos muito intimistas e também ambientes de interação com o público”, comenta Júlia, que organizou uma exposição sobre Clarice há 15 anos.
“A experiência literária de Clarice Lispector, de tão complexa que é, tem de ser vista em vários níveis que se opõem, se completam. Por exemplo, a Clarice contista, na maioria das vezes, difere da Clarice romancista, porque aquela, contraditoriamente, narra mais que esta, e mais explicitamente”, completa Gullar. É justamente o texto de Clarice que vai nortear o visitante.

A exposição ficará em cartaz até o dia 2 de setembro no Museu da Língua Portuguesa. Praça da Luz, s/n.º, centro, tel. 3326-0775. 3.ª a dom., 10 h às 17 h. R$ 4 (sáb., grátis).

Para finalizar o post, deixo um agrado:
Um trecho da célebre entrevista que Clarice concedeu a Júlio Lerner, da TV Cultura.



"Quando eu me comunico com criança é fácil porque sou muito maternal. Quando me comunico com adulto, na verdade estou me comunicando com o mais secreto de mim mesma, daí é difícil… O adulto é triste e solitário. A criança tem a fantasia muito solta."
Clarice Lispector

Post especial, para uma pessoa especial:
um beijo Sandroca!

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