Abobrinhas Refogadas

domingo, julho 02, 2006

El Gran Finale - FECT 2006

Não poderia ter sido diferente, foi a melhor noite do festival!
Quem abriu foi a Cia São João com a esquete Um trem caipira. Dirigida por João Antunes Rodrigues. A comédia tinha um bom desenrolar até a ida de Rosinha à capital. Enquanto a atriz preparava um figurino moderno para voltar à roça, o ator que contracenava com ela interagia com a platéia, porém, a atriz demorou muito para trocar o figurino estourando o tempo limite estipulado pela organização do festival que é de 20 minutos. Para decepção da platéia e desilusão do grupo, a campainha foi acionada e com ela a esperança do grupo em faturar alguma indicação ou prêmio no FECT. Uma pena, pois a atriz que interpretou a Rosinha estava muito bem e provavelmente receberia uma indicação como melhor atriz.

Esquete Um trem caipira

O Grupo das Amigas apareceu com a esquete Comunicação. Contracenada por duas atrizes que interpretavam homens, a narrativa lembrava folhetins cômicos, no qual um dos personagens ao longo de todo o espetáculo tentava explicar que queria compra um alfinete. A idéia seria interessante se não tivesse se alongado tanto.
O último grupo da noite o Bambaré apresentou Dos Versos à Despedida. Extremamente poético contou os últimos dias de vida de um escritor. Gostei bastante da direção e da interpretação dos atores, poderia ter sido o melhor grupo da noite se eles cuspissem fogo...
Céus! Imagina se cuspisse!!!
Foi a única resposta que encontrei depois de ver a esquete Mera Coincidência com o grupo Quem nos dera cuspir fogo.
Escrito e dirigido pelo talentoso Hugo Henrique a história passava-se no século XVIII e retratou um amor proibido que no final surpreendente foi superado pela ganância e cobiça.
A atriz principal, Ana Paula, apresentou uma rica interpretação, soube pontuar seu discurso e controlou muito bem as nuances de sua voz. Com certeza receberá indicação de melhor atriz e não causará surpresas se levar o troféu.
Para surpresa geral, a matriarca da esquete era a mãe do diretor. Longe dos palcos há 37 anos, mostrou que atuar é como andar de bicicleta, a gente nunca esquece. Neste caso, vemos que o talento é genético e evolui a cada geração.
O cenário encheu os olhos! A forma como a esquete foi encenada transformou o Teatro em um verdadeiro castelo, eram claramente visíveis as simulações de sacada, corredor e aposentos. O trabalho com a luz foi mágico! A luz amarela em contraste com o vermelho da cortina e todas as cores do teatro deram o clima ao espetáculo.
Algo que dever ser lembrado é a sonoplastia, que foi tão perfeita que não se sentia a sua presença, ela realmente compunha as cenas.
Agora o figurino realmente foi aniquilador! Todos aqueles volumes, brilhos e babados retratavam belamente o século da abolição, era tão caprichado que em alguns momentos poderia ser comparado com o figurino da novela das 18h.
Fiquei impressionada com a criatividade do Hugo, deixou todos os grupos há anos luz de distância, demonstrando grande talento e profissionalismo, que apesar de amador, não deixa nada à desejar a diversos grupos profissionais.
Não tenho dúvidas que essa noite será dele. Com todo o cuidado e competência apresentado ele merece!

a única foto que consegui da esquete Mera Coincidência

À todos os grupos que se apresentaram no FECT, parabéns pela coragem e iniciativa!
Espero que não tenhamos nenhuma surpresa desagradável e que tudo ocorra bem!
Muita MERDA!