Abobrinhas Refogadas

domingo, julho 02, 2006

Quarto dia!


E nada mais justo começar dentro de um quarto!
Trocadilhos autistas à parte, o grupo de Osasco Nós ao Cubo chegou cheio de moral com a enquete Nada ficou para trás. Dirigido por Thais Helena e formado por adolescentes, o grupo relatou o difícil relacionamento uma atriz com o seu pai.
É perceptível o talento da garota que interpretou a atriz, porém, faltou técnica como projeção vocal e percepção do tempo, suas falas eram corridas e sem acentuações resultando em frases incompreensíveis.
Para alegrar a meninada, o grupo carapicuibano, Caras e Bocas aprontou todas na esquete Café com Bobagem. Dirigido por Carlos Serafim, utilizou um formato similar ao da Praça é Nossa, crianças que aparentavam ter entre 05 e 14 anos esbanjaram talento em pequenos quadros de piada onde simulavam ser "gente grande" (simulações infantis costumam encantar os adultos, vide o comercial dos bichinhos da Parmalat ou os bizarros quadros infantis do Raul Gil :-s ).
A ingenuidade e desenvoltura levaram a platéia várias vezes ao riso. Destaco duas pequeninas: uma mulatinha trajando uma micro saia e uma loirinha de cartola que fez um quadro no qual sua meia calça desfiou, fofíssimas!
Se essa galerinha continuar nos palcos, vai ser páreo duro para os futuros "velhinhos do teatro".
Após os risos, o tormento! Que chegou com o grupo osasquense Tafularia que apresentou da obra de Chico Buarque, O Estorvo (que nasceu como livro, já foi longa, inspiração para curta e agora ocupa seu espaço no teatro).
O monólogo (infelizmente não lembro o nome do ator que encenou) relata momentos tensos de um homem que entra em estado de perturbação ao se deparar com um estranho que bate à sua porta. Segurar um monólogo é uma tarefa muito difícil, o ator deve possuir grande desenvoltura para prender a atenção do público. Ok, isso é elementar, mas apenas para situar, diante disto, o ator não conseguiu segurar por completo a minha atenção e me incomodou o momento que ele ficou falando no breu enquanto o cenário era trocado. No geral, foi uma boa apresentação.
O encerramento da noite ficou por conta das crianças do Caras e Bocas II, que voltaram ao palco com a esquete A Vida é um Circo. Relatou em forma de contos de fadas a vida uma garota de rua sonhava ser como as outras crianças ter casa, família e estrutura. O Teatro Municipal foi transformado em picadeiro onde a criançada pintou e bordou.
Não sei se é justo crianças competirem com atores que estão nos palcos há algum tempo, não só pelo apelo emocional como pela ausência de técnica por parte das crianças, mas essa noite sem sombra de dúvidas elas dominaram!